23 de abr. de 2009

Amor para quem sabe amar

Cardoso, Dr. Cardoso. Devia ter seus 30 e poucos anos, casado. Era um dos melhores psiquiatras da cidade. Calmo e centrado, resolvia tudo. Um dia foi o Zé, Zé Ninguém, era fazendeiro, seus 40 e poucos anos, conservador, casado. Mas o Zé tinha um problema, primeiro o problema foi com a secretária do Cardoso, porque o tal do Zé queria porque queria entrar com uma cabra no consultório. Resolveu deixa-la na caminhonete, amarrada.

- Como vai Zé, mais calmo agora?

<- O senhor não entende. Eu me apaixonei.

<- Que mal há nisso Zé?

<- Sou casado Dr. Cardoso e amava minha mulher, agora eu só tenho olhos para ela.

<- Olha Zé, eu não posso te receitar nada, vamos tentar tratar desse assunto como amigos? E ela também é casada?

<- Cardoso, ela é minha cabra, a cabra que está na minha caminhonete.

Dr. Cardoso deu um sorriso seco, sem graça, não sabia o que fazer, receitou um remédio para o Zé dormir e disse que voltasse no outro dia para conversarem sobre como tudo aconteceu.

O Zé voltou brigou de novo para a cabra entrar, o Cardoso deixou. Ficaram os três, Zé, Cardoso e a cabra. – Ela chama Titi Dr. – Disse o Zé todo sorridente. Titi, uma cabra, seus seis e poucos anos, branca, serena e limpa.

Um dia a mulher do Zé, foi visitar a mãe, ficou duas semanas fora. O Zé não agüentava mais, resolveu dar uma volta no pasto, lá estava a Titi, parada, quieta. O Zé abriu uma de suas pingas de engenho, sentou em uma pedra e observou Titi, acabada a garrafa levou a cabra para dentro de casa, para seu quarto.

Quando acordou estava feito, estava apaixonado. Sua mulher voltou e o Zé só queria saber da Titi. Um dia percebeu que seu casamento estava por um fio. Resolveu procurar o Dr. Cardoso, quem indicou foi o Osvaldinho, o mesmo que tinha prazer em mastigar os filtros de barro. Hoje é vegetariano.

Dr. Cardoso só tinha olhos na Titi “porque esse cara traçou essa cabra”. Mas enquanto ouvia o Zé, uma mulher entrou no escritório aos gritos. Era a mulher do Zé, deu chutes e tapas no velho “tem pelo na minha cama, Zé seu filho da puta, você ta comendo aquela cabra na nossa cama?”. O Zé correu para a caminhonete, envergonhado e a mulher atrás.

O jovem Cardoso voltou para o escritório, sentou, acendeu um charuto e lá estava ela, parada, deitada e serena, a Titi. Cardoso trancou a porta, agachou e ficou olhando para Titi, ela tinha um cheiro, um cheiro bom “Zé devia dar banho nela”. Ela tinha as patas traseiras mais altas e era “atraente, realmente, estranhamente uma cabra atraente”.

Cardoso resolveu levá-la para sua casa, não podia deixar uma cabra no consultório ou na rua. Deixou-a na garagem, jantou, tomou banho e deitou na cama com sua esposa.

- Com foi seu dia querido?

<- Muito bem, tranqüilo.

Mas não foi, e o Cardoso só pensava em descer para ver como a cabra estava e porque o Zé tinha se apaixonado por ela. E quando sua esposa adormeceu, ele desceu. Foi até a garagem, levou água e pão e ficou olhando Titi comer.

Cardoso dormiu com Titi, acordou antes de todos e saiu, com a cabra. Não sabia por que tinha feito aquilo, mas fez e estava feliz. Desligou o celular e entrou na rodovia, não sabia para onde ia, mas ia para algum lugar e Titi no banco de trás, deitada e quieta.

Comprou ‘comida de cabra’ e entrou em um hotel barato, passou à tarde com Titi e resolveu voltar para a cidade. Tinha resolvido, ia ter Titi como sua amante, ela ia ficar na garagem e ia falar para sua esposa que era um presente para uma amigo e que ela, a cabra, ia ficar por uns tempos com eles.

Cardoso saia mais cedo do serviço todo dia, buscava Titi e a levava para um motel, cinco estrelas, coisa cara. Passava cerca de três a quatro horas com Titi e voltava para casa. Sua esposa contratou um detetive quando viu um cartão de Vip em uma de suas camisas.

-Dona, todo dia ele vai ao Glamour Motel por volta de 16h fica até 19h, ele entra e sai sozinho.

A esposa do Cardoso um dia o seguiu, viu ele chegar em casa entrar na garagem, fechar a porta desconfiado e logo em seguida sair de casa. Cardoso entrou no motel, fechou o portão, abriu o porta-malas e desceu a Titi, entrou no quarto, abriu um dos champagnes favoritos dela e deitaram na cama. Depois de estourar o espumante Cardoso derrubava espuma entre eles.

- Está tudo arrumado já Titi, vou me divorciar e a gente se muda, eu vendo tudo e vamos morar na praia.

Mas ai a esposa do Cardoso entrou no quarto, com o advogado, a polícia, a imprensa e o Zé, o Zé Ninguém que chorava aos prantos pela traição da Titi.

4 comentários:

Wellington Borges disse...

Não quero nem ver essa tal Titi. Vai que eu me apaixono, aí eu tô fudido

Wadih Elkadi disse...

então vc que inventou. hã?
iuhuiaiuhauihuiahuihahuia
Ficou ótimo. xD

Anônimo disse...

Como alguém que apoia a diversidade, apoio a zoofilia!!!
Quem nunca se apaixonou por uma cabra, um bezerro, um cachorro São Bernardo, que atire a primeira pulga!

Fernanda Cravo disse...

Muito bom. x)