12 de mai. de 2008

Nelson por ele mesmo.

Nelson Rodrigues se fosse vivo, adoraria a Internet, o contato instantâneo e direto com o público, a ausência de censura, a possibilidade de tratar livremente de temas como paixões efervescentes, dramas em família e futebol. E como o jornalista, dramaturgo, repórter e roteirista sempre disse "Eu sou anticomunista desde os onze anos. E assumo minhas posições, mesmo quando, hoje, o intelectual virou esquerda porque essa é uma maneira do sujeito ser inteligente, de ser atual, de ser moderno e, principalmente, de se banhar na própria vaidade".

Mas que intelectual é esse que passa por Mensalões, Navalhas, Apagões, Ambulâncias e todas essas Comissões Parlamentares de investigação? Isso é o Brasil por isso é normal? O ser humano perdeu sua vontade de protesto, sua revolta, agora a indignação fica em casa e assistindo novela, enquanto isso a esquerda faz showzinho e acha que cumpre sua missão revolucionária. Showzinho que só a burguesia assiste, gosta pra burro, aplaude pra burro. Paga, porque o pessoal ganha dinheiro para burro, vai para o restaurante jantar e acha que cumpriu sua missão política.

E para aqueles que dizem que a "paixão política" vai mudar tudo isso, o artista maldito e pornográfico, Nelson Rodrigues lhe diz: "Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem".

Nelson Rodrigues faz falta.

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