Eu sou o sorridente, o cara que tem primos como irmãos, família como clã, timidez esgotada no álcool. Sou a raça negra de uma família careca, sou a união de uma guerra Magalhães, sou o futuro de uma ignorância difundida.
Tento ser o tesouro, um esporro negro, um alvo, uma cria para deboches, tento ser o que leva isso com humor, ignorando o motivo de fazer humor dos ignorantes. Sou um Magalhães corrompido por felicidade, me fazendo vítima de uma família cheia de buracos que procuram no sorriso e felicidade motivos para o despache de uma loucura que não existe, de uma felicidade feita novamente no álcool. Porem felizes.
Sou o Tarso do pasquim, o Lula sem dedo, o amigo moça, das graças feitas contra o paradigma de ser macho. Sou o que tem o menor pau, que se gaba do maior, que sorri dos grandes, que acredita nos pequenos e no fim todos temos o mesmo tamanho.
Sou a parte podre de uma sociedade bem maquiada, de uma vontade de ser jornalista, que se depara com celebridades que tem vontade de ser gente.
Sou o ego de ter um diário, que deixou de ser íntimo para esporrar um monte de merda pessoal na cara de um bando de pessoal de merda.
Sou a vontade de gritar o rock, dançar o samba, criar um recife do pequi no meio do cerrado, sem nem ao menos saber fazer música, e morrer enganando aqueles que me escutam cantar um manguebit sem refrões.
Sou o despejo de vontade de uma criança com medo da verdade, desempregada, por preguiça e cobiçada por estrada, que faz rimas com a vida e o simples motivo de viver sem ao menos conhecer um terço da vida.
Sou Breno Magalhães um falso egocêntrico de 2008.